São Bento, um homem confiante.

por Dom Joaquim Carlos Carvalho OSB

Quando olhamos para São Bento, em seus escritos contidos na Regra de vida que leva seu nome, ficamos impressionados como este homem conseguiu, já bem cedo em sua vida, buscar ardorosamente a vontade de Deus. Primeiro ele foi lapidar sua vida na solidão acompanhado por monges santos que viviam na solidão procurando Deus. E assim foi a vida de São Bento: procurar Deus. Neste caminho foram constantes as lutas que ele enfrentou para atingir seus objetivos. Há escritos sobre ele dizendo que Bento foi o homem do fracasso. Em nenhum desses fracassos ele deixou que a impulsão nervosa e desmedida tomasse conta de suas atitudes. Enfrentou o ciúme e a inveja de maneira exemplar. Nunca denegriu a imagem de nenhum dos seus opositores, jamais deixou de ensinar a paciência amorosa, ensinou o respeito humano para jovens e velhos, mostrou a força que tem a vida na vida de homens e mulheres que buscam verdadeiramente a Deus. Na organização de seu mosteiro tudo fez para que os monges não ficassem tristes e nem alimentassem a tristeza. Mostrou o valor da acesse e abriu os horizontes de sua comunidade para que o rigor diário não se transformasse em uma lamentação. Respeitou a individualidade como ninguém. Viveu e ensinou a viver a força do Espírito Santo na diversidade de suas manifestações escolhendo quem Ele queria para dizer o que necessário fosse. Diz ele: “muitas vezes Deus se manifesta primeiro ao mais novo da comunidade”. Seus ensinamentos foram individualizados de uma maneira firme, sabendo que a comunidade não é a soma dos seus indivíduos, mas a presença humana-cristã de cada um deles. Teve uma sabedoria enorme para dirigir o seu mosteiro composto de gente vinda do campo sem instrução, de pessoas letradas, de gente rica, de gente pobre, de camponeses e lutadores fugindo da guerra. Compreendemos que onde o amor se faz presente, aí há força para superar as desigualdades que, frequentemente, solapam a convivência e a alegria. 

Ensinou exemplarmente seus monges não duvidaram da obediência. Ensinou-os a conversão de vida. Nunca duvidou de que seu mosteiro era composto de homens que careciam de um amadurecimento continuado, por isso foi muito capaz de entender e perdoar. Mostrou o que não convinha e fortaleceu o que era nobre. E assim seus monges foram construtores de civilizações e preservaram a cultura e a arte ao longo de todo esse tempo que já ultrapassou os mil e quinhentos anos de existência. Não nos deixando dúvida de seu sólido ensinamento. 

Ensinou de forma admirável o valor do acolhimento e do respeito àquele que chega trazendo a realidade que trouxer. Mas não só acolher, dar sentido e valor neste processo que é muito mais do que colocar para dentro da casa ou dar o que se pede. Aquele que chega é o próprio Cristo que nele chega. Portanto, o hóspede é um presente de Deus para a comunidade. E mais, deve levar a sério as observações que, por acaso, algum desses hóspedes fizer sobre a comunidade. Porque pode ser para isto mesmo que ele veio e veio enviado por Deus.

Tem um carinho especial para jovens, velhos e doentes.
Cuidar deles é obrigação do pai da comunidade, que se chama Abade.
Não os negligencie, diz Bento. 

Não ser um parasita ou um sanguessuga é seu ensinamento. A comunidade deve ser autossuficiente e jamais deve ser gananciosa, nem deve extorquir os outros com os produtos que os monges fabricam e vendem para o seu próprio sustento. A comunidade beneditina sempre primou por esta realidade, ela é chamada a ser construtora e colaboradora para o justo desenvolvimento humano. Além disso é fomentadora da PAZ.

Ensinou a nada antepor ao Amor de Cristo. Este ensinamento tem a primazia na vida monástica beneditina. Além do mais, o monge é um homem de ORAÇÃO. Estar com Deus e diante de Deus é o que há de mais importante no dia-a-dia de cada um/a dos filhos e filhas de São Bento. Ele é um homem em que a vida se fez oração e a oração se fez vida. Buscar a Deus é o objetivo fundamental do monge. E a escola onde esta aprendizagem se concretiza é a vida comunitária com todos os seus desafios, suas exigências e suas alegrias. Por tudo isso e muito mais São Bento ainda tem muito a nos ensinar. Como toda obra inspirada pelo Espírito Santo de Deus, esta não foge à regra. 

Com um coração aberto e acolhedor digamos: São Bento rogai a Deus por todos nós!

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